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A controvérsia do ômega 3 e risco cardiovascular

Em janeiro de 2018 uma meta-análise (um tipo de estudo científico que analisa outros estudos sobre determinado tema) foi publicada sobre suplementação de ômega-3 e risco cardiovascular. Em resumo, várias publicações, inclusive a Harvard Medical Publishing, em suas matérias colocaram a questão da suplementação de ômega-3 não tem reduzido risco cardiovascular baseado nesse estudo, que, juntando todos os ensaios clínicos que foram selecionados, analisaram mais de 77.000 pacientes. Então quer dizer que está na hora de jogar suas cápsulas douradas de ômega-3 no lixo? Talvez moderação seja a palavra da ordem agora. Vamos analisar algumas informações sobre esses 77.000 pacientes, ou melhor, os critérios de inclusão dessa meta-análise. Vamos analisar o grupo selecionado, a quantidade de suplementação e algumas outras informações. Desse grupo enorme de pessoas, a média de idade era de 64 anos, 66% tinham doença cardiovascular prévia, 28% histórico de infarto ou acidente vascular cerebral e 37% possuíam diabetes - ou seja, todos indivíduos com ALTO risco de mortalidade por doença cardiovascular. Os estudos selecionados para essa meta-análise avaliaram indivíduos que suplementaram de 226mg a 1,8 gramas de EPA (um dos principais componentes do ômega-3) por períodos variando de 1 ano a 6 anos (na média, 4,4 anos). O estudo foi motivado para analisar os efeitos do ômega-3 na saúde cardiovascular, principalmente, porque outros estudos prévios como o GISSI e o JELIS apresentaram efeito protetor do ômega-3 e alguns outros estudos, não. O estudo GISSI (The Gruppo Italiano per lo Studio della Sopravvivenza nell'Infarto Miocardico) que envolveu 11.323 pacientes sobreviventes de infarto e que obtiveram redução de 10% do risco de eventos cardiovasculares subsequentes; e o JELIS (The Japan EPA Lipid Intervention Study) que envolveu 18.645 participantes com colesterol elevado (234mg/dL ou superior) com 20% desses com doença cardiovascular prévia e que apresentou redução de 19% em eventos cardiovasculares subsequentes. Bem, voltando ao estudo mais recente em análise, o mesmo não encontrou benefício na suplementação de ômega-3 para pacientes de alto risco com doença cardiovascular pré-existente - pelo menos na quantidade analisada - de 226mg a 1,8mg de EPA - ou, para colocarmos isso em termos alimentares para melhor compreensão da quantidade, seria como se o estudo avaliasse se você ingerir no máximo 1/2 de uma sardinha pequena por dia regularmente e já tivesse doença cardiovascular se isso seria um fator protetor ou não para novos eventos cardiovasculares. Os próprios autores do estudo reforçam as limitações do mesmo para efeito de conclusões - o primeiro, e mais grave, é que o estudo não levou em consideração o tabagismo dos participantes, um fator extremamente relevante em termos de risco cardiovascular (talvez o principal fator de risco); o segundo é que os autores do estudo verificaram reduções de 7% a 10% no risco cardiovascular, mas essa redução foi considerada modesta - por isso da conclusão do mesmo de que "não há benefícios da suplementação de ômega3". Concluindo: como em tudo em termos de suplementação e principalmente em termos de estudos científicos, é sempre bom a cautela. Nesse momento o ideal é ter essas informações em mente e talvez não jogar seu ômega-3 no lixo: se você considerar 10% de redução de risco relevante, continue suplementando; se você achar que 10% é pouco, pare de suplementar e aguarde novos estudos de larga escala em andamento, como o STRENGTH e o REDUCE-IT que estão avaliando quantidades maiores de suplementação de ômega-3, algo em torno de 4g por dia. Referências: Meta-analysis of Associations of Omega-3 Fatty Acids and Cardiovascular Risk

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